A sua vida tinha sido uma história de procura.
Viveu, durante muito tempo, a vida do mundo e dos prazeres mas sem lhes pertencer. Os anos de juventude tinham-se ido demasiado depressa, imersos numa prosperidade que só aos sentidos satisfazia mas não ao coração.
E, quando se deitava pensava no amanhecer.
Acordar na manhã seguinte, já a manhã se esvaía no andar do relógio. Ver-se ao espelho, sem maquilhagem, lábios sem cor, olhos inchados por mais uma noite desassossegada, pele numa palidez translúcida de cadáver.
E a lágrima que escorregava pela face sem puder defini-la: