Viajo no silêncio ao sabor do vento,
neste céu de vida, como ave errante
admirador da paisagem circundante
num tempo sem tempo de tão lento
árvores estendem os seus braços
como se quisessem agarrar os laços
de uma saudade já tão distante.
enquanto o rio sinuoso, lá em baixo
brilha à luz do Sol, réptil rastejante.
e o vento que me empurra a viagem
súbito amaina e me deixa pendurado
gaivotas acompanham-me um instante
no nada, sem urgência desta passagem.
para o horizonte que me aguarda no infinito.