ESTOU NO CIMO DO SONHO, na beira da escarpa,
imensa duna de amarelada areia pedregosa
que parece pronta a esfarelar-se sobre um mar
que dança lá muito em baixo, murmúrio de águas temerosas
sob um tecto plúmbio, num prenúncio de tempestade.
Levanto a cabeça quando oiço um bater de asas
de uma formação de gaivotas no infinito à procura de abrigo.
E sinto-me, por momentos, menos só!
Até que as aves passem, num voo libertário que me transcende.