Deem as mãos para receber
os filhos da má sorte
Abram os braços para acolher
Abram os corações
para abrigar os que fogem da morte
Abram as portas aos que vêm
de onde não há futuro ou guarida
de onde a esperança não tem vida.
Aqui, no veludo das cadeiras
onde sentamos a nossa egoísta tranquilidade
desfaz-se a paz hipócrita, morre no pó da liberdade.
Aqui, no veludo das cadeiras
onde aconchegamos o conforto da nossa casa
chegou a hora de pagarmos pelas ruínas de Gaza.