16 de março de 2018

TALVEZ AMANHÃ O TEMPO MELHORE


Os meus marços antigos tinham primaveras
com dias amenos de cores brilhantes
e noites de luas azuis em céus cintilantes 

Não são como os de agora
com mais dor do que amor
e em que a saudade demora.

ÀS VEZES



ÀS VEZES DISFARÇO-ME DE MIM 
para poder ser eu.

E fico aguardando o meu passado 
para que me explique como cheguei até aqui
com esta estranha esperança de ter ainda tempo 
de refazer o meu futuro.

12 de março de 2018

ENTRE DUAS TEMPESTADES

ENTRE DUAS TEMPESTADES, vivemos um ou dois dias,
de sóis tímidos a espreitarem por entre nuvens cinzentas
e ficamos felizes com estas pequenas bonanças intermédias!
Março é tempo de primaveras onde a vida se dá esperanças
com céus azuis, campos de corolas multicolores,
e dos voos inquietos da passarada, tempo de odores
e do renascer de frutos nas tardes de brisas suaves e mornas
a antecipar noites tardias e calmas, de cintilações magníficas.

Não é tempo para estes desmandos da natureza
nem para andarmos como cegos a apalpar, a tristeza.

6 de março de 2018

COM PÉS DE VELUDO

Com pés de veludoandou pela madrugada, uma mulher
a inventar flores na paisagem
a esvoaçar suave como aragem
no chão desnudo.
Esta mania que eu tenho de meter
mulheres em tudo.

(A pensar em José Gomes Ferreira e no dia da Mulher)