24 de novembro de 2022

VIAGEM

Viajo no silêncio ao sabor do vento,

neste céu de vida, como ave errante

admirador da paisagem circundante

num tempo sem tempo de tão lento

árvores estendem os seus braços

como se quisessem agarrar os laços

de uma saudade já tão distante.

enquanto o rio sinuoso, lá em baixo

brilha à luz do Sol, réptil rastejante.

e o vento que me empurra a viagem

súbito amaina e me deixa pendurado

gaivotas acompanham-me um instante

no nada, sem urgência desta passagem.

para o horizonte que me aguarda no infinito.