21 de março de 2016

(RE)AMANHECER


Um clarão explode a leste no cimo da encosta
desce entre pinheiros, gigantes vagabundos
numa sinfonia de sombras, de costa a costa,
até se espelhar na serenidade do rio, nas mimosas,
a incendiar as margens, numa desordem de ouro.



Corpos menos jovens por tantas primaveras gastas,
gestos mais lentos por tantas primaveras esquecidas.
Mas...amanhece o tempo da primeira vez, 
de quem não precisa de mais nada para se ter
no silêncio das palavras que já não é preciso dizer.