2 de março de 2014

O PRIMEIRO BEIJO


A noite abria-se ilimitada de ínfimos pontos brilhantes,
com uma meia lua afogueada, a cair por detrás do monte.
Sentia a tua respiração escaldante
e as batidas do meu coração, desconcertadas?
Mantínhamos os nossos corpos aprisionados dentro de nós.
As nossas mãos revolviam-se à procura de mais que mãos
A tua dentro da minha, a minha a sentir a força dos teus dedos.
Olhei-te com a lentidão de quem não quer que o tempo ande
e pelas nossas cabeças passou um impulso fascinante.
As nossas bocas entreabertas aproximaram-se
e os nossos lábios tocaram-se
num breve arrepio que nos percorreu a pele.
Depois, esfregaram-se numa espécie de dança
Entregaram-se como corpos a que fazem amor.
E agarrámos-nos, um ao outro, com a força da vontade
de quem não se quer largar nunca mais.

Há reflexos de brilho de estrelas a caírem pela noite.