30 de outubro de 2022

RICO É QUEM TEM TEMPO

 

Se tivéssemos (constantemente)
consciência do quanto nossa vida é efêmera,
talvez pensássemos duas vezes (se tivéssemos tempo)
antes de deixarmos passar as oportunidades
que temos para sermos e para fazermos aos outros
tudo aquilo que gostaríamos de receber (dos outros).
Mas nós não sabemos adivinhar
(por quanto tempo, teremos tempo).
e se descuidamos, cuidamos pouco. De nós. Dos outros.
Por coisas pequenas, por vezes mesmo insignificantes,
perdemos um tempo precioso.
Gastamos horas, dias, às vezes anos.
Umas vezes calamo-nos quando deveríamos falar;
Outras, falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.
Não damos o abraço que deveríamos
o que nos impede esse gesto de aproximação (?),
de amizade, de gratidão.
Não damos um beijo carinhoso (não estamos acostumados)
e não dizemos que amamos
porque achamos que o outro sabe (automaticamente)
o que sentimos.
Passamos pela vida, sem vivermos.
Sobrevivemos, porque já não sabemos fazer outra coisa.
Até que acordamos e olhando para trás. perguntamo-nos:
- E agora?!
Agora, hoje, ainda é tempo de construir,
de dar o abraço amigo, de deixar o beijo carinhoso
de dizer uma palavra de reconhecimento, de agradecer.
Porque para isto haverá sempre tempo...
(ainda que julguemos que não!).