23 de novembro de 2019

UM CHÁ DE MÁGOAS

A minha mão magoada,
de tanta mágoa, já nada sente;
nem a tua pele macia e quente
nem as linhas do teu rosto, na ponta do dedo
nem a textura dos teus lábios, brilhando
nem pousa nas tuas ancas, gingando.
nem o teu seio, em tremura quase medo
de tanta saudade, já nada sente
nem fogo, nem frio, nem dor
a minha mão angustiada, dormente
gélida, jaz, incapaz de sentir amor.

A minha mão esfarrapada,
envelheceu tanto!
Resta um chá de mágoas, de pranto!