28 de novembro de 2019

DESENCONTROS

NÃO SEI QUE INCERTEZA NO ROSTO
que indisfarçável nuvem no olhar
que timidez escusa no gesto da mão
que tremura na linha fina dos lábios
que embargo no silêncio das palavras
Foi sempre assim, nos nossos encontros
parecia haver uma inevitável despedida.
Nunca estivemos aqui os dois.
Paradoxalmente, não paro de te encontrar
e de reviver momentos passados.
como se alguma vez tivéssemos estado
neste cais de moliceiros a desaguarem turistas
nesta esplanada azul de mesas enfeitadas com gelados
nesta ponte que atravessa o canal,em frente à Capitania
neste largo de palmeiras e floreiras onde o Sol se afoga
ao longe, em cada fim de tarde, no meio do sal.
Não é nostalgia!
É uma espécie de transgressão, inviolável paixão
sempre adiada..