9 de outubro de 2019

O SEGREDO DE SER FELIZ É SER FELIZ EM SEGREDO


Parávamos na berma, ali junto ao mar onde a estrada lançava uma pequena língua de terra na borda da falésia; a claridade do dia a diluir-se no fim de uma tarde, com um sol de outono a despregar-se do azul do tecto e a nortada mais do que brisa fresca, a arrepiar o mar.

No leitor de cassetes, lá estava o fiel Adamo que cantava pela milionésima vez um 'Tombe la Neige' que eu já não sabia se o roufenho era assim mesmo ou das vezes sem conta que tinha entoado a nossa música.
Encostávamos as cabeças, encostávamos as pernas mais os braços, encostávamos tudo um ao outro como se de repente fôssemos um só, num beijo.
Então sorrías-me um segredo e eu segredava-te um sorriso.
E, neste tempo sem tempo, ficávamos a olhar em frente e a sonhar o futuro!.