11 de julho de 2020

HÁ UM MISTÉRIO QUALQUER

Há um mistério qualquer nestas noites de Verão em que os céus se mostram tão arrumados para além da transparência com a Lua, quase redonda, no sítio certo e duas Ursas, Orion, Cassiopeia, Touro mais algumas parece desenhadas a régua e esquadro no inalcansável do espaço como lantejoulas prata no xaile negro da fadista.
Há um mistério qualquer nestes momentos que desejamos em "câmara lenta" como demoramos no paladar a garfada do nosso pitéu favorito ou um gole de bom vinho; atrasamos a mão naquele afago por um corpo que estremece por dentro ou a tremura de uns lábios que se demoram naquele beijo sedutor.
Há um mistério qualquer nestes momentos que contrariamos a pressa do tempo para sentirmos, mais tempo, o Paraíso.