20 de julho de 2020

BALEAL


O tempo construiu uma ponte de areia
aos ilhéus de Terra, Pombas e de Fora
O mar, mesmo bravo, não mais separou
e para sul, ficou um corpo de baleia

rochoso, umas vezes áspero de vento, 
outras dourando ao Sol, mas tão belo,
que o nosso olhar anseia e se demora,
ali mesmo, para estar sempre a vê-lo
não vá perder-se na nossa desmemória.
E, à noite, numa esplanada de estrelas
há prata, em volta, nas águas inquietas
moldura brutal para um retrato de beleza.
Obrigado, natureza!