7 de agosto de 2019


TOMEI O PEQUENO ALMOÇO a lembrar-me das manhãs de Agosto da minha juventude, passadas nas praias Grande e das Maçãs, em férias com amigos e primos.
Eram assim!
Não estava frio apesar de não haver Sol.
O céu punha-se de cinzento leve a ameaçar chuva.
A claridade tornava-se anémica, o mar reflectia nas águas revoltas o acinzentado do céu e a areia não conseguia ser acolhedora.
Às vezes, o Sol aparecia tarde, envergonhado talvez por não estar a cumprir o horário previsto e logo a gente se animava e reunia, apressadamente, o que devia levar. -os ténis brancos que estavam na moda, o calção de banho de perna até meio da perna e a camisa alinhada de riscas ou quadrados e ao ombro a toalha. 
Outras vezes, quando o tempo escurecia ao longo da tarde, aproximando a noite, íamos até Colares, a pé, à Arlete, jogar matraquilhos e ao bar do Miramonte.
Nos anos 60, os 'algarves' estavam demasiado longe e não tinham conquistado a 'malta' da capital e nós, com catorze e quinze anos, era o convívio, aquela sensação de liberdade e um namoro vivido à pressa que fazia brilhar o Sol.