17 de outubro de 2020

SOBRE UMA DATA DE COISAS QUE ME VÊM À CABEÇA, NO FIM DE UMA NOITE FRIA DE OUTONO

 

Ainda bem que existem outros sonhos.
Outros risos.
Outras pessoas.
E outras coisas.
E, ainda bem que, todos os dias, os dias continuam a suceder às noites,
para que continuemos a tentar dar vida aos nossos sonhos.


Não gosto dos meus erros
mas também não quero prescindir daquilo que é ter uma certa liberdade de me enganar.
Quem nunca se enganou?
Quem pode dizê-lo de verdade?
Até os deuses se enganam...

Para determinadas pessoas eu posso mostrar, apenas, uma parte do que na realidade sou.
Não porque queira enganá-las, ou porque tenha receio.
Somente porque não vale mesmo a pena.

O beijo não é apenas uma manifestação de amor.
Pode ser também de traição, um delicioso truque que os sentidos criaram
para interromper a fala quando as palavras se tornam supérfluas ou não podem ser ditas.

Existem momentos na nossa vida em que as palavras perdem o sentido,
parecem inúteis e, por mais que se pense numa forma de empregá-las,
elas nunca irão ter significado.
Então não dizemos, apenas sentimos.