1 de abril de 2021

AQUELE VERÃO

 

Tudo me fazia recordar aquele Verão escaldante
os fins de tarde, com a planície quieta e imensa
ali, à nossa frente, ao alcance da mão
aquela paz de catedral vazia, sem tecto,
apenas os murmúrios longínquos da natureza
e nós, debaixo do alpendre, mãos dadas,
a tua cabeça no meu ombro, sorriso tranquilo
a olharmos um sol incendiado, a cair ao longe,
por detrás de um grupo de oliveiras.
Então,
a noite chegava pejada de pontos brilhantes,
uma lua madrugada dentro, empurrada pela brisa,
entrar no quarto num relâmpago de prata
para iluminar o nosso momento de amor.