15 de novembro de 2020


Às vezes só nos lembramos de certas coisas mais tarde. Muito mais tarde.

Podem passar meses, muitos meses, anos, dezenas de anos, é como se estivéssemos a atravessar um quarto escuro e, de súbito um clique, a luz acende-se e é como se estivéssemos a ver tudo naquele momento.
Como se estivesse a acontecer.

E é então que, muitas vezes, encontramos as respostas para perguntas que ficaram por fazer e as respostas que ficaram vazias mas que urgia terem sido dadas.
À medida que vamos andando na estrada da vida, mais vezes esses pedaços da vida que ficou para trás, nos vem invadir a memória.
É assim que encontramos as respostas às perguntas que ficaram vazias e sabemos porque devíamos ter respostas para trocar pelos silêncios passados.

É tarde demais, dirão alguns defensores da teoria do "agora";
mas poderá ser a única maneira de não voltarmos a ter interrogações onde devíamos ter respostas, nem voltarmos a calar as perguntas com medo de não termos as respostas que desejamos ouvir.